Olá! Seja Bem-vinda(o).
Nos últimos posts discutimos como a essência da meditação é nos colocar em contato direto com a nossa consciência. Meditar é a ação que devemos tomar para fazer essa ligação entre nossa essência e nossa consciência.
Da mesma forma, discutimos como para conseguir meditar precisamos mudar nossa mente do modo “Militante”para o modo ”Vivente”, mudando nossa atitude para uma ação de observação; E apenas isso, sem julgamentos, interpretações ou suposições sobre “já saber o que virá depois”.
Vimos também como o ambiente onde meditamos é muito importante, pois além de condicionar nossa mente com a prática meditativa, ajuda bastante a silenciá-la e colocá-la em uma atitude contemplativa.
Uma vez se dispondo e se comprometendo a meditar, adotando sempre uma disciplina sobretudo paciente e carinhosa, é possível estabelecer nossos primeiros insights com a presença da nossa consciência, mesmo sendo apenas quando conseguimos perceber que nossa mente divagou.
A metáfora que me vem à cabeça para ilustrar esse momento de percepção da consciência é a seguinte:
Imagine que você foi ao cinema com um grupo de amigos e está assistindo a um filme de suspense muito bom, daqueles que não te deixam nem piscar – e exatamente por ser muito bem feito te faz sofrer tal qual a personagem central.
Na verdade, durante aquelas horas em que está dentro daquela sala escura, você é essa personagem, vivendo todas as suas angústias, sonhos, frustrações e principalmente suas realizações.
Sem perceber, você passa a ter “pontos de vista” sobre essa nova vida que está vivendo e com poucos minutos de filme já julga ser capaz de saber o que está acontecendo.
Passada mais de uma hora de filme, já tem – ou pensa ter – um mapa mental da situação e já pode apostar qual será o desfecho da história.
Até que algo inesperado acontece, te pegando de surpresa. Um detalhe que até então passara despercebido, relacionado à uma sequência de acontecimentos que você simplesmente não quis ver, justamente por pensar “já saber” o que aconteceria, acabam por conduzir o filme para um final surpreendente, que você jamais poderia imaginar.
Na nossa vida real, funcionamos da mesma maneira. Nossa mente reage às situações exatamente como se estivéssemos assistindo a um filme, que imaginamos saber tudo o que vai acontecer.
Agora imagine que, no clímax da cena de maior suspense do filme, no momento em que a sua adrenalina e cortisol estão nas alturas – e exatamente quando o diretor cria uma situação aparentemente óbvia para te induzir ao erro de pensar, amparada por informações verdadeiras mas insuficientes, saber o que acontecerá – acaba a energia. (O que tem sido relativamente rotineiro para quem mora em São Paulo.)
O filme para e a luz de emergência acende.
Claro, você precisará de alguns segundos para entender o que aconteceu. Mas, logo entenderá que voltou para a sua vida e que aquela experiência era apenas uma história.
Você e seus amigos param então para um café e começam a discutir sobre o filme. Nessa conversa, cada um trará uma observação nova e diferente sobre o filme, fazendo você repensar o desfecho que você havia imaginado.
A meditação – e portanto o contato com a consciência – funciona como essa pausa no cinema.
Estar consciente é dar um passo atrás e perceber que existe um filme que se desenrola, uma mente que processa os inputs dos sentidos mas que não deve interpretá-los ou reagir a eles, uma consciência que aceita os fatos e pensamentos da forma como eles são – sem julgamentos – e uma singularidade, que é a essência de quem somos.
Voltaremos a nos aprofundar em novas questões nos próximos posts.
Até lá!
Seja Feliz!
Namastê

Viver é como estar num filme e meditar te ajuda a perceber isso
Na nossa vida real, nossa mente reage às situações exatamente como se estivéssemos assistindo a um filme, que imaginamos saber tudo o que vai acontecer.




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