Olá!
Seja Bem-vinda, seja bem-vindo.
No post de hoje gostaria de aprofundar um pouco mais no significado de estar com a atenção no momento presente e a sua relevância na sua prática diária.
Em posts anteriores, discutimos sobre a importância de ter um espaço dedicado para a meditação e como precisamos mudar nossa atitude mental de gente que faz para gente que observa.
Se você está chegando agora, recomendo voltar do começo para melhor aproveitamento desse texto.
Uma vez que você escolheu um lugar na sua casa para meditar – E como já vimos antes, procure usar sempre esse lugar exclusivamente para fazer sua meditação, preferencialmente ao ar livre e em contato com a natureza – escolha uma posição confortável para ficar.
Pode ser sentado no chão, numa cadeira, poltrona ou sofá confortável. Para quem está começando recomendo não ficar deitado, pois esse excesso de relaxamento pode deixá-lo sonolento e mais distraído.
Perceba que o importante, principalmente no início, é você se sentir bem confortável. Se já é difícil focar a atenção, imagine com suas costas também sussurrando no seu ouvido que está cansada?
Adote sempre uma postura ereta, com sua coluna bem encaixada e reta, sua cabeça erguida, seus ombros encaixados para trás, relaxados, empurrando seu peito para frente.
Uma vez no seu espaço, num ambiente rico em detalhes que ajude sua mente a desacelerar e silenciar, fazendo uma transição para um estado de mero observador – e nada mais! – o próximo passo é desligar o fiscal de plantão.
– Quem é esse fiscal?
Sua mente se passando por algum tipo de autoridade em quem você acredita e para quem dá atenção e que fica soprando pensamentos como:
– Você está fazendo errado! Nossa que tédio!!! Minhas costas estão doendo! Isso é muito difícil! Esse negócio de meditação não é pra você…
E como desligamos esse fiscal? Não dando atenção a ele.
Não adianta imaginar que você irá conseguir fazê-lo parar, por que ela não vai. Acredite. Ela tem vida própria.
A melhor maneira de lidar com esse “enxame de pensamentos” é ignorando-os.
Aceite que eles estão presentes e que não irão embora mas não lhes dê atenção.
Você se lembra do filme “Uma Mente Brilhante”? Onde o personagem principal vivido pelo Russell Crowe – John Nash – é um cientista esquizofrênico que tinha vários “amigos” imaginários e não importava o que ele fizesse que eles não iam embora?
A solução encontrada por ele foi ignorá-los.
E a forma de ignorar essas mosquinhas deve ser com muita paciência, calma e sensibilidade. Não se deixe levar pela ansiedade – e depois pela raiva – por não conseguir pensar em nada.
Percebeu que sua mente divagou? – E ela vai divagar, assim como a mente de qualquer meditador! – Volte sua atenção ao presente e nada mais.
Quantas vezes forem necessárias. Quanto menos atenção você der para pensamentos como “- Não consigo me concentrar!”, mais tranquilo será.
É preciso sair de um estado mental realizador e adotar uma postura de observador.
Não significa que você deva aprender uma maneira de regular sua mente para atingir um estado clínico-analítico exclusivo e especial, onde você terá contato com super-poderes adormecidos e que a única maneira de acessá-los e destravá-los é abrir caminho à força, numa jornada épica de realização e resistência que exigirá muito suor, sofrimento e determinação, como no treinamento de um ginasta olímpico na antiga União Soviética.
Para meditar não é preciso fazer nada. É exatamente o não fazer! Simples assim.
E essencialmente é simples assim mesmo. Apenas direcionar nossa atenção para observar, sem nenhum tipo de julgamento, o momento presente.
“Nenhum lugar a ir, nada a fazer e nada a alcançar”.
Existe uma mística enorme que envolve esse tema. A imagem que vem à cabeça de uma pessoa ainda leiga quando pensa em meditação é a de um monge tibetano, praticante desde a primeira infância, que tem uma paciência infinita cultivada a ferro e a fogo e que não faz outra coisa da vida.
A quem pense em pessoas levitando ou então quem imagine a meditação como um tipo de religião, que exige um treinamento específico, muito longo e difícil.
Já me perguntaram se meditar é aprender a usar A Força, para se tornar um tipo de jedi como em Guerra nas Estrelas.
O fato é que esses estereótipos que nossa mente cria contribuem muito para atrapalhar nossa prática. Não! Você não precisa ser um monge com paciência de Jó para ser um meditador, nem adotar uma nova religião, destravar um super poder ou dedicar horas do seu dia durante anos a fio para usufruir dos benefícios da meditação.
Comece colocando sua mente em modo Vivente, adote uma postura de observação – livre de julgamentos e coloque sua atenção em alguma coisa que aconteça no momento presente, como sua respiração, os sons de um pássaro ou a chama de uma vela.
Retome a atenção de forma paciente e carinhosa quando sua mente divagar, não dê confiança ao fiscal de plantão e sinta como pode ser revigorante, mesmo que por pouquíssimo tempo, apenas observar!
Continuamos no próximo post! Até lá!
Seja Feliz!
Namastê

Uma viagem para lugar nenhum, com saída no Aqui e retorno no Agora
Para meditar não é preciso fazer nada. É exatamente o não fazer! Simples assim. E essencialmente é simples assim mesmo. Apenas direcionar nossa atenção para observar, sem nenhum tipo de julgamento, o momento presente. “Nenhum lugar a ir, nada a fazer e nada a alcançar”.




Deixe um comentário